Era apenas mais uma festa qualquer, na casa de um alguém qualquer. Muitas pessoas conhecidas e tantas outras nem tanto. Mas era tudo igual, tudo era sempre tão igual e ele estava começando a se embriagar sozinho. As pessoas sorriam pra ele, na verdade elas sorriam por tudo e do nada.
Era apenas mais uma festa qualquer, ela estava deslocada na casa de alguém que ela nem sabia quem. Um dia talvez, até tenha chegado a conhecer algumas pessoas, outras já nem isso. Ela estava se entediando, não bebia. As pessoas sorriam por tudo e para ela.
Ele a avistou de longe pela vidraça da sala, e ficou sem reação, olhando-a conversar distraidamente com alguém, uma pequena multidão de pessoas entre eles. Ele do lado de fora da casa e ela perto do sofá. Esbarram e ele e então volta si, depois de um ultimo olhar virou-se e foi sentar nas escadas perto da piscina, um dos poucos lugares livres de toda aquela alegria alcoólica. Ela o vê saindo de relance.
Então de repente, não menos que de repente, ele a vê se sentando ao seu lado: Quanto tempo! - Ele ainda olhando o céu: Desde que você se foi. muito tempo! - Ela sem jeito: Como você esta diferente. - Ele bebendo de sua cerveja: Estamos... - Ela olhando timidamente os pés: Eu continuo a mesma por dentro. - Ele a olha: Eu não.
27 janeiro, 2012
26 janeiro, 2012
Todo carnaval tem seu fim?
Sou do tempo em que as pessoas, principalmente as crianças, se fantasiavam para pular carnaval. E nunca soube o porquê daquela alegria toda, e pouco me importava também, tudo era festa. Do tempo onde a Globeleza tinha destaque por escandalizar os mais conservadores, aparecendo com o corpo pintado na TV. Agora a fantasia é ficarem pelado(a), as crianças saem para beijar meninos e meninas - tudo junto e misturado se possível - e a Globeleza pintada, até para os conservadores de hoje, esta muito recatada e encoberta com aquelas tintas no corpo nu...
Uma festa órfã, abandonada por sua mãe, a religião. O carnaval surge para saciar os prazeres mundanos, suprindo assim o período de penitencia em função da quaresma. Surge como uma data onde os moralistas da igreja tampavam os olhos de seus deuses com os dedos entreabertos.
Sua data é um pouco confusa, mudando todo ano entre fevereiro e março. Isso acontece porque sendo uma data inicialmente religiosa, ela ocorre 47 dias que antecedem ao domingo de páscoa, que por sua vez também é uma data mutável, pelo motivo o qual não vêm ao caso por hora.
Um feriado leviano, porém sincero. A moralidade nunca foi vista com bons olhos nessa data, e cada vez mais ela se distância, observando contrafeita à distância, as pessoas se empanturrarem daquilo, que ela, os inibe o resto do ano. O carnaval pode ser criticado, pelos mais conservadores, por inúmeros motivos morais, simplesmente porque é uma data que não se esconde em motivos nobres, como tantos outros, religiosos ou não.
No carnaval vale tudo, ou quase tudo. Ela tem uma funcionalidade para o poder governamental, que os Césares chamariam de Circo. Ela entretém o povo que se sacia e se lambuza dos prazeres carnais, sejam eles quais forem. É como se o carnaval existisse, para suprir toda a tormenta do resto do ano. Como se o governo, o tivesse criado para se redimir com a população de suas constantes falhas e desvios. E o povo muito sábio, aceita de braços abertos, beijando as mãos desses senhores e se aquietando por algum tempo de sua rebeldia.
Uns fazem dele uso, para se alegrar mais que os outros dias normais. Sabendo que será perdoado, por seu deus - pela sua mulher/homem já não sei. Outros não o valorizam tanto porque faz de sua moralidade menos hipócrita. Sabem o que lhe é correto no carnaval será correto à vida toda. E não é essa falsa moralidade religiosa ou social que é totalmente mutável, de acordo com suas necessidades, que o fará apreciar dias sim e dias não.
A moralidade social e religiosa esta em extinção.
Uma festa órfã, abandonada por sua mãe, a religião. O carnaval surge para saciar os prazeres mundanos, suprindo assim o período de penitencia em função da quaresma. Surge como uma data onde os moralistas da igreja tampavam os olhos de seus deuses com os dedos entreabertos.
Sua data é um pouco confusa, mudando todo ano entre fevereiro e março. Isso acontece porque sendo uma data inicialmente religiosa, ela ocorre 47 dias que antecedem ao domingo de páscoa, que por sua vez também é uma data mutável, pelo motivo o qual não vêm ao caso por hora.
Um feriado leviano, porém sincero. A moralidade nunca foi vista com bons olhos nessa data, e cada vez mais ela se distância, observando contrafeita à distância, as pessoas se empanturrarem daquilo, que ela, os inibe o resto do ano. O carnaval pode ser criticado, pelos mais conservadores, por inúmeros motivos morais, simplesmente porque é uma data que não se esconde em motivos nobres, como tantos outros, religiosos ou não.
No carnaval vale tudo, ou quase tudo. Ela tem uma funcionalidade para o poder governamental, que os Césares chamariam de Circo. Ela entretém o povo que se sacia e se lambuza dos prazeres carnais, sejam eles quais forem. É como se o carnaval existisse, para suprir toda a tormenta do resto do ano. Como se o governo, o tivesse criado para se redimir com a população de suas constantes falhas e desvios. E o povo muito sábio, aceita de braços abertos, beijando as mãos desses senhores e se aquietando por algum tempo de sua rebeldia.
No natal, comemoramos o aniversário, nascimento seja o que for do menino Jesus, mesmo sabendo que ele não nasceu nesse dia. E nos esbaldamos em presentes, felizes com os senhores do capitalismo.
Na páscoa, comemoramos a ressurreição do não mais menino Jesus, com tradições pagãs, pintando ou comendo ovos, lambuzando a cara de chocolate.
E em tantas outras datas, que mudamos ou inventamos, somente para saciar nossos prazeres e desejos, com alguma desculpa um pouco ou muito hipócrita.
Pelo menos o Carnaval é honesto. Ele é imoral, fútil e onde as pessoas ultrapassam o senso moral. E todos sabem disso, e de bom ou não grado o aceitam.
Uns fazem dele uso, para se alegrar mais que os outros dias normais. Sabendo que será perdoado, por seu deus - pela sua mulher/homem já não sei. Outros não o valorizam tanto porque faz de sua moralidade menos hipócrita. Sabem o que lhe é correto no carnaval será correto à vida toda. E não é essa falsa moralidade religiosa ou social que é totalmente mutável, de acordo com suas necessidades, que o fará apreciar dias sim e dias não.
A moralidade social e religiosa esta em extinção.
24 outubro, 2011
Complexa simplicidade
Viver é a coisa mais rara do mundo.A maioria das pessoas apenas existe.Oscar Wilde
A vida é um romance adolescente, ingênuo. À primeira vista encantadora intensa e nítida. Porém conforme o tempo se esvai, torna-se melancólica monótona e sem sentido. Onde tudo que se fazia sentido aos olhos do presente, agora passado, não passa de bobagens vergonhosas.
A vida é um livro didático em branco, e saber lê-lo não garante saber vive-la. Onde a busca pelas respostas no final do livro é tão ridículo quanto pensar que saber algo, é assim tão importante. Saber não lhe garante viver, nem tampouco viver garanta saber algo.
A vida é um quadro de borrões, que cada um interpreta a sua maneira, e faz desta interpretação a verdade universal, arrogante em sua ignorância de pensar entender algo. Quando no fundo não passam de borrões.
A vida é uma música com ritmo próprio, que faz dançar à sua batida, por vezes desconexas outras desafinadas. Mas sempre há trechos onde sua melodia é uma doce balada, e as pessoas se pegam dançando sozinhas.
A vida é um pouco do mundo em você, e um pouco de você no mundo. A eterna busca por algo, às vezes sem saber o quê.
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