24 outubro, 2011

Complexa simplicidade


Viver é a coisa mais rara do mundo. 
A maioria das pessoas apenas existe.
Oscar Wilde
A vida é uma brincadeira de mau gosto. Uma traquinagem sem graça, mas que em sua falta de graça se faz gracejo. Onde as regras sempre são simples de mais para serem plenamente entendidas.

A vida é um jogo de azar, com regras mutáveis e interpretativas. Com apostas que parecem ser sempre altas demais ou insignificantes demais. Onde ficar sozinho na mesa não significa que ganhou, mas apenas que ainda não perdeu. 

 A vida é um romance adolescente, ingênuo. À primeira vista encantadora intensa e nítida. Porém conforme o tempo se esvai, torna-se melancólica monótona e sem sentido. Onde tudo que se fazia sentido aos olhos do presente, agora passado, não passa de bobagens vergonhosas.

A vida é um livro didático em branco, e saber lê-lo não garante saber vive-la. Onde a busca pelas respostas no final do livro é tão ridículo quanto pensar que saber algo, é assim tão importante. Saber não lhe garante viver, nem tampouco viver garanta saber algo.

A vida é um quadro de borrões, que cada um interpreta a sua maneira, e faz desta interpretação a verdade universal, arrogante em sua ignorância de pensar entender algo. Quando no fundo não passam de borrões.

A vida é uma música com ritmo próprio, que faz dançar à sua batida, por vezes desconexas outras desafinadas. Mas sempre há trechos onde sua melodia é uma doce balada, e as pessoas se pegam dançando sozinhas. 
 
A vida é um pouco do mundo em você, e um pouco de você no mundo. A eterna busca por algo, às vezes sem saber o quê.